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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Kalil convoca a imprensa e deixa recado para a Massa

Alexandre Kalil reapareceu, a dois dias do maior clássico de Minas para dar algumas declarações sobre seu futuro e sobre alguns fatos ocorridos este ano no Atlético. Vamos a eles:

* REELEIÇÃO

Eu vim aqui hoje depois de uma longa conversa com a minha família, que se resume nos meus filhos, porque não tenho mulher, nem namorada. Eles acharam por bem que eu deveria fazer uma declaração para a torcida do Atlético, e, logicamente, responder a todos pelo momento que nos passamos. A declaração que quero dizer é a seguinte: eu sou candidato à presidência do Atlético no final do ano. Meu nome estará na cédula e o Conselho poderá consagrá-lo ou tirá-lo. Se há algum movimento pensando em me desestabilizar como dirigente, esqueça. Quero dizer que é legítimo que qualquer atleticano, que esteja dentro da legalidade, seja candidato a presidente, até porque, estou dando a notícia para quem quer se candidatar. Está muito bom ser presidente. O cara vai pegar um clube organizado, bacana. É ótima oportunidade para os que querem ser presidente, disse.



* Receita e dívida

“Tem coisas que a torcida não sabe e vai saber. Em 2008, a receita era a metade da do Cruzeiro. Era de 60 milhões e dívida, 300 milhões. Ou seja, 66% estava comprometido com a dívida. Em 2009, subimos para R$ 66 milhões e reduzimos para 23% a dívida. Em 2010, a receita do Atlético foi para 93 milhões e 20% do endividamento, ou seja, caiu para R$ 19 milhões. Este ano, tínhamos planejamento de R$ 103 milhões. O Atlético, hoje, vai faturar mais que o seu rival. Não tem a ver com a televisão. Isso é a partir do ano que vem. O contrato é o mesmo até agora”

* Dívidas antigas

“Outra coisa que gostaria de dizer é que nos pagamos R$ 70 milhões em três anos de dívidas que não eram da minha administração. O Atlético pagou, de Timemania, R$ 20 milhões na minha administração. O Atlético, na Serasa, tínhamos 80 títulos protestados, hoje temos cinco que não achamos os fornecedores. As dívidas da Copasa, de 7 milhões, dos Correios, de mais um monte, não devemos mais nada. Importante dizer que, além do TRT, que o Atlético paga, nos acertamos 50 processos trabalhistas. O Atlético hoje tem todos os seus clubes superavitários”

* Planejamento do futebol

“A respeito do futebol, o planejamento foi feito. Quando você pega um técnico que já está há cinco meses no clube e ele inicia uma temporada, isso é planejamento. Ele estava pronto, pediu os jogadores, dispensou, e não deu certo. Não vou falar do para trás. Houve uma planejamento. Essa mesma torcida que está ‘p.’, como eu estou, foi buscar o Vanderlei no aeroporto, o Réver, o Dudu, o Richarlyson, o André, o Guilherme. Tudo foi tentado para fazer o melhor. O Atlético não vai caminhar para o abismo. Organização, gente com coragem, com determinação igual essa minha diretoria, não vai deixar o Atlético ir para o abismo. O Atlético está a duas vitórias do Santos. Ontem o presidente deles disse que o Santos é candidato ao titulo. A torcida tem razão. Tem que protestar, eu não ligo para isso. Se tem coisa nova, vou propor o seguinte: vamos abraçar esse time, nosso treinador, nossa comissão técnica, e vamos fazer o que eu sempre fizemos. Na minha administração, 2/3 dela foram sem o Mineirão. Isso não é desculpa, mas não pode ser ignorado. O prejuízo financeiro e técnico de não jogar com a torcida do Atlético no Mineirão é muito grande. Mas não é desculpa. Estou colocando fatos e números para que todos saibam que aqui tem um presidente que vem, fala, não tem medo, tem mão limpa. Os contratos dos jogadores são feitos e passados para o jurídico, depois vai para o financeiro. A única coisa que me apavora é meu time não jogar e não ganhar. Hoje, tem um homem limpo, que organizou e saneou o Atlético”

* Jogadores contra o presidente

Todos os jogadores que estão aqui, sentaram, acertaram, e tudo que foi acertado foi cumprido. Não tenho intimidade com jogador de futebol. Todos que precisaram de mim com problemas pessoais, fiz questão de resolver. Eles não têm nem contato, a não ser quando estão com algum problema. Tudo que eles precisam, como patrão, tento resolver. E tudo que combinei, eu cumpri. Não vejo nada contra o presidente. Acho isso surreal. Houve uma redução no grupo, que era necessária. Teve contratação, sobe a base, mas isso já foi resolvido. Não há divisão no grupo.

* Folha de pagamento

A folha de futebol do Atlético, eu não vou falar, porque ninguém sabe de clube nenhum. Mas é uma folha relativamente modesta. Temos o que oferecer ao jogador. Haja vista, que quando vamos disputar lá fora, não precisamos pagar mais. A gente tem uma estrutura a oferecer, pagamento em dia, que nos deixa muito competitivos no mercado de futebol.

* Grupo de jogadores

Já teve uma redução. Daqui a pouco o Cuca deve falar nisso. De seis ou sete jogadores. Ele quer trabalhar com um grupo menor. A gente esta carente de jogadores e estamos atrás. Estamos procurando e acho que vai dar tudo certo, se Deus quiser.

* Aprendizagem com 2010

O ano de 2011 ainda não acabou. Estamos com mais de um turno para jogar ainda. Aprendemos muito com 2010. Não demoramos tanto a trocar o treinador. Acreditava que segurando ia mudar e cheguei quase no final. Isso foi um aprendizado e estou aprendendo todo dia. Hoje sou outro dirigente, mas ainda não lido bem com o imponderável. O que esta na minha mão, eu resolvo. Mas futebol fica imponderável. Trouxemos qualidade, não trouxe jogador de internet, que a torcida tinha que ir na internet para saber quem era. Quem eu trouxe, todo mundo sabia que jogava. É só o time jogar.

* Fase ruim

O Atlético, no último jogo, melhorou um pouco. Não sei se é falta de vontade, se é pressão, a perna fica pesada. Quem já competiu uma vez na vida, e eu já, a perna pesa, o braço pesa, o pulmão pesa. Isso tudo influi muito no negócio. Esta sendo feito um trabalho muito bom. Estamos fechados e determinados. O Atlético não vai avacalhar. Estamos fechados para fazer uma coisa legal.

* Sentimento do presidente

O Alexandre Kalil se questiona sobre tudo. Me cobro muito, até mais do que deveria. Como bom atleticano que eu sou, sou exigente, nojento, ponho a carga toda em cima de mim. Sou um atleticano. Tenho a essência atleticana. O que eu faço, não faço para torcida, mas para mim e para o clube. O Kalil se questiona 24 horas por dia, dentro e fora. Talvez se eu tivesse muito resultado dentro, aqui fora estaria melhor. Tenho certeza que vamos ajeitar e isso vai certo. Por isso peço o apoio, o abraço, que tem muita água ainda para passar debaixo da ponte.

* Porque tem tanta certeza que vai dar certo?

Acredito em organização, honestidade e trabalho. Isso para mim é fundamental. Acredito em elenco, que o Richarlyson não desaprendeu a jogar, nem o Dudu, nem o Guilherme e nem o André. Acredito nos jovens que subiram e estão indo bem. Não temos meio dúzia de bundões, mas jogadores de alto nível e que vão ter que jogar. Por isso que acredito.

* Tem panelinha no elenco?

Não tem panelinha aqui. São homens e não tem isso. Não existe isso aqui dentro. Aqui a gente não questiona o caráter de ninguém. Aqui não tem isso. Se tiver, vai embora.

* O que o presidente ainda pode fazer?

A diretoria pode fazer o que ela vem fazendo. O que o presidente pode fazer? O que está faltando? Eu que te pergunto, às vezes você pode me ajudar. O que eu posso fazer? Mais nada. Posso só manter a coisa organizada, com disciplina, mão de ferro. É isso que temos que fazer e estamos fazendo. Vim pedir o abraço da torcida. Aqui vai continuar em ordem. Até 31 de dezembro eu garanto que vai ter ordem.

* Algum dirigente tem percentual de jogador?

Que eu tenho conhecimento, ninguém. Nenhuma pessoa. No meu tempo, nem pensar. Não vendi nenhum percentual de jogador para ninguém. O Atlético nunca vendeu um por cento de jogador nenhum. Respondo pela minha administração. Fomos fazer o acerto do lateral-esquerdo, o Eron. Para ele assinar um contrato de cinco anos conosco, pegamos e demos um percentual para ele. Ele pegou e vendeu e eu fiquei com raiva, porque queria que ele vendesse para mim. Foi o que eu fiz com o João Pedro. Dei 10% para ele e comprei de volta. Eu respondo por mim. Sobre o Ricardo Guimarães, como investidor, a empresa investidora, tem percentual em jogador. O Réver, eu pedi a ele para trazer para o Atlético. Ele tem percentual sobre ele, é da empresa dele. Agora, conselheiro do Atlético, com percentual do jogador, não tem.

* Errou ao levar os jogos para o Ipatingão?

Foi uma estupidez fazer essa mudança. Foi um erro grosseiro, alias. Quem assistiu Atlético e Corinthians viu o erro. Ganhávamos de 2 a 0 e o estádio estava em silêncio. Esse foi um erro brutal, burro e deu errado. Agora sei que foi um erro. Se fosse tão a vista, alguém ia falar que era burrice. Sim (vamos ficar na Arena do Jacaré até o final do ano).

* Qual a importância de ser o quarto clube que mais vende Pay-per-view?

Importante saber que é o quarto cube que mais vende no país. É aí que a gente mostra o tamanho do Atlético.

* Porque os técnicos saem por baixo e dão certo em outros clubes?

Roth foi campeão em dois jogos, o Dorival em um. Vou responder pelo Vanderlei. Ele teve um problema aqui, que parece uma bobagem, mas foi grave. Ele passou quase a metade da temporada dele sentado em uma cadeira de rodas. E futebol é dentro de campo. Esse foi um dos motivos. Os outros são imponderáveis, mas temos que olhar para a frente.

* Trocar tanto de jogadores é ruim, pois o atleta não cria vínculo com o clube?

Não sei onde tem vínculo, esse amor com o clube. Se algum jogador profissional tem vínculo com o clube, vou lá para saber. No futebol que estamos vivendo, falar em amor, vinculo, não. O atleta tem que ter compromisso com o profissionalismo. Quanto às contratações, atendemos ao treinador. Estamos trazendo o que todos os clubes trazem. O Atlético não derruba caminhão.

* Em algum momento pensou em jogar a toalha?

Igual saiu que ia renunciar, não. Mas eu pensei sim. Pensei nisso. Primeiro quero dizer que apesar de tudo, vamos sair disso, e ser presidente do maior time de Minas Gerais é uma honra. Você é tratado como uma pessoa muito especial. Esse negócio de sacrifício, é uma bobagem. Me sinto o Lula do Atlético. O Atlético é um país. Sei o que o Lula sentiu, porque sinto igual. Aliás, não acredito que ele tem amor pelo Brasil como eu tenho pelo Atlético.

* Depois de tanto criticar o Paulo Schettino, porque votou nele?

Primeiro, porque ele foi e me pediu o voto. Segundo, que não tinha outro candidato. Terceiro, que estou cheio de dar murro em ponta de faca. Desisti. No intervalo do jogo com o Botafogo já estava falando com o secretário de lá. Sou um dirigente um pouco mais espertinho agora. O bobão não está aqui mais não.

* Tem projeto para liberar o CT para o torcedor?

Ter acesso ao clube não é entrar no local de trabalho na hora que quer. Escola vem aqui, vem deficientes. Há um trabalho social feito aqui dentro. Mas se a maior torcida de Minas Gerais for entrar aqui, vocês mesmo estão perdidos aqui dentro. Esse negócio de abrir CT, dá uma onda danada, mas isso aqui é lugar de trabalho. A gente já toma borrachada de todo lado e isso aqui tem que ser visto como lugar de trabalho. Vamos sortear quando tiver sócio torcedor. Mas a gente não pode colocar todo mundo aqui dentro.

* Vai criar sócio torcedor ano que vem?

É claro.

* Diego Tardelli e Obina

“Vou explicar o negócio do Tardelli. Quando foi vendido, ele teve proposta milionária e que, em seis meses, ele estaria livre para assinar um pré-contrato. Ele teve a proposta, contrato bom, até brincava com ele que tinha que parar de twittar que amava a torcida. Ele assinava contrato milionário e eu ficava como vilão. Íamos perdê-lo depois de seis meses. Depois que vendemos o Tardelli, teve time que vendeu outros e ninguém fala. O Obina foi um erro brutal que cometi. Vou ser muito franco. Fui induzido a cometer. Sou o responsável. Mas, apesar de responsável, não sou o culpado”, disse.

COMENTÁRIO:

A postura firme e cheia de personalidade do presidente Alexandre Kalil é algo relevante para a torcida, que há muito tempo desejava ouvi-lo após tantos vexames e derrotas. Era preciso que viesse a público para informar e tranquilizar a massa, que anda angustiada e receosa quanto ao futuro do time. O que é importante nisso tudo que ele falou é que a torcida espera que ele possa aprender novamente com os erros, corrigi-los, além de manter e ampliar os acertos, para que os resultados positivos possam vir dentro e fora de campo, a começar pela importante e decisiva partida de domingo contra o Cruzeiro.

Acredita Galo!
saudações alvinegras,

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