O ano de 2011 tinha tudo para ser um ano de ouro para o Atlético. Recém saído de um rebaixamento quase certo no ano anterior, Kalil investiu pesado na contratação de vários jogadores - Richarlyson, Patric, Leonado Silva, Mancini, Magno Alves, e mais alguns que vieram se juntar à Tardelli, Obina, Ricardinho, Diego Souza, Renan Ribeiro... no papel, o time era um timaço e poderia ter ido muito longe na Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro. Entretanto, nada deu certo.
Graças ao meu trabalho tive uma oportunidade única de estar frente a frente com o ex-treinador atleticano quando o mesmo veio aqui com o Internacional enfrentar o Cruzeiro. Perguntei a ele o porquê do time do Galo não ter dado certo. Dorival me disse que ele teve que montar três times em um tempo muito curto. No início do ano o Atlético contratou vários jogadores, mas perdeu outros. Tardelli e Obina foram negociados, Diego Souza foi para o Vasco, Jobson foi para o Bahia, Nikão para o Vitória, Ricardinho e Zé Luis foram dispensados por problema de indisciplina, dentre outros.
A partir daí Dorival montou o time do campeonato mineiro e da Copa do Brasil com os novos reforços com alguns jogadores da base como o Filipe Soutto, o Renan Oliveira, por vezes o Bernard, mas acabou que o time foi precocemente eliminado da Copa do Brasil por não estar devidamente encaixado.
Depois da perda do campeonato mineiro, Dorival solicitou mais alguns jogadores que não corresponderam e não resolveram, e o time foi mais uma vez remontado e novamente foi tudo em vão. A sequência de derrotas e insucessos perante a adversários muito mais preparados e entrosados acabaram culminando com a demissão do treinador.
Na pré-temporada o time base na cabeça do treinador atleticano era um, depois, no início do campeonato mineiro e da Copa do Brasil, era outro, e para o campeonato brasileiro o time foi mudado mais uma vez. E mexer tanto assim na equipe levou o time a penar mais uma vez e a rotina de sempre lutar contra o rebaixamento se confirmou mais uma vez em 2011.
Foi uma pena não ter dado certo. Mas considero que Dorival Jr. teve uma parcela de culpa na montagem da equipe ao indicar alguns jogadores de qualidade duvidosa e de ter feito um esforço muito reduzido para manter Diego Souza no Galo. Acho que uma boa conversa com o jogador poria fim a sua decisão de sair, e o Diego poderia ter feito tudo de bom que fez neste ano no Galo, ao invés do Vasco. Patric não era o lateral ideal. Foi um erro gravíssimo não ter aproveitado o Marcos Rocha que arrebentou no América em 2010. O caso Ricardinho e Zé Luis poderia ter sido melhor administrado, pois eram dois pilares importantes no meio de campo atleticano. O ataque não poderia ter perdido de uma só vez Obina e Tardelli. Os dois certamente teriam feito um excelente campeonato caso permanecessem. Magno Alves, André e Guilherme não chegaram nem perto da eficiência e eficácia da dupla de 2010. Jobson foi jogador problema, a famosa "granada sem pino" que veio do Botafogo e não vingou.
Enfim, foram tantos problemas que restou à diretoria atleticana contratar Cuca para conseguir recuperar o time e evitar a queda do Galo para a série B mais uma vez.
Nos próximos dias escrevo sobre a era Cuca no Galo e depois um post sobre o futuro do Atlético em 2012.
Saudações,
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