Cont

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CARTA ABERTA À DIRETORIA DO CAM

Li este post no blog do Fred Kong e faço questão de republicá-lo aqui, para que possamos refletir sobre tudo ocorrido no clássico de domingo, uma vergonha total. Na sequência posto o texto na íntegra. A url do blog do Kong é http://globoesporte.globo.com/platb/torcedor-atletico-mineiro/2011/12/07/o-brado-da-massa-05/#comments

O Brado da Massa #05


Cambada, a porrada foi forte e só o atleticano de verdade pode entender o que eu estou falando. Até agora não estou acreditando nessa palhaçada toda… Enquanto o sangue ainda ferve, prefiro segurar a onda para não ser injusto no que vou escrever. O brado de hoje é uma carta aberta à diretoria do Galo, publicada inicialmente no GaloCast, que todos conhecem. Pedi autorização à autora e ao Zeca, editor do blog, para republicá-lo aqui, pois acredito que é exatamente o que a maioria dos atleticanos – inclusive eu – gostaria de falar para os que conduzem a nossa paixão. Grande abraço e mesmo com tudo isso, #GaloSempre.

Carta aberta à Diretoria Ridícula do Galo

Por Carolina Pinheiro

Sinceramente, não sei qual é o modo correto de começar a escrever tudo o que penso, mas bem no fundo da minha alma, que hoje acordou bem diferente do normal, ela insiste em querer começar de mil maneiras, mas… é, deixa pra lá.

Hoje, é um daqueles dias, que o Atleticano não sabe se levanta vestido com o manto ou se ontem mesmo, já fez questão de guardar todas as camisas no maleiro.

Eu preferi a segunda opção. Não pela derrota em si, que para mim já era esperada, mas junto com esse sentimento de ‘derrota’ que carreguei ontem, eu esperava que fosse feito com dignidade, que não foi o caso.

Mas guardei. Peguei tudo, todo o sentimento que era estampado em cores e objetos no meu quarto e guardei-os numa caixa. Os mantos sempre limpos e passados, prontos para a próxima vez que iria usá-los. As bandeiras, surradas de cada vez que eu fui ao campo, de cada viagem que fiz expressando meu amor pelo Glorioso. Os ingressos, que fazia questão de deixá-los a mostra, me fazendo lembrar, de quantas coisas eu perdi, quantas festas, quantos compromissos, só pra acompanhar o Galo, aonde quer que ele estivesse. As fotos, que mostrava a quem entrasse no meu quarto, que sim, eu sou apaixonada pelo Clube Atlético Mineiro. Aos objetos, variando entre formas e identidades, as cores, o escudo e o mascote do time da massa. Mas guardei… guardei todo amor que sinto, dentro de uma caixa e decidi: Não me importo mais!

Se eu tenho vergonha do meu amor pelo Galo? Nunca!

Isso eu amo e ponto! Um amor incondicional. Que, passado de geração em geração, chegou até mim e eu simplesmente senti. Lembro-me perfeitamente da minha primeira vez no Mineirão. Casa cheia, Atlético x Cruzeiro, Campeonato de 99. Uma virada emocionante, 3×2 placar final. Eu nunca tinha visto uma torcida TÃO empolgante! Pular, cantar, vibrar, se emocionar em 90 min de jogo, me fez sair dali com a certeza de um sentimento: EU AMO ESSE GALO. Amo esse time, essa torcida, essa festa. Aquele equilíbrio perfeito de quem quer ser feliz! Não existe nada melhor no mundo, do que acompanhar um jogo no estádio.

Agora, me envergonho sim, do time. Um time sem compromisso, sem dignidade, sem caráter. Um time que não é capaz de honrar a camisa e a torcida que tem…

Me envergonho de saber que o futebol brasileiro chegou onde está…

Ontem, descobri que dinheiro compra caráter. Ou, ao menos, compra ilusões. Porque eu me senti comprada. Me senti uma idiota. E não me venham anunciar a volta do Tardelli, tentando ofuscar a derrota de ontem! E não sei por que, mas tenho comigo que junto com a derrota, ganhamos também o Campeonato Mineiro, porque aí sim, como torcida iludida que somos, ‘esquecemos’ o que foi feito esse ano. Voltaríamos a elogiar todos do elenco e ficaria tudo bem… Não mais. Não da minha parte.

Não me iludo mais com falsas promessas de ditadores que dizem amar o Galo acima de todas as coisas, enquanto agem como crianças pelo time. Vendendo moral e princípios, que um dia eu cheguei a acreditar que tivesse.

E Cruzeirenses, não me venham com esse discurso de que o jogo não foi comprado e blá blá blá. Parabéns pela vitória de ontem, parabéns por não terem caído para 2º divisão. Mas sem clubismo e sem essa arrogância que muitos de vocês admitiram ontem, vocês acham mesmo, que a melhor defesa do returno, ia tomar 6 gols ‘de graça’ para o pior ataque? O Galo não entrou em campo. Reparem os gols, observem, analisem, mas com olhos críticos de quem gosta, entende e sabe o que pode ocorrer fora das quatro linhas no futebol. E o velho discurso de sempre de que nunca caíram?!… Parabéns, nunca caíram. Mas eu?? Nunca mudei de nome, de cor, de tradição….

Mas, como andam dizendo por aí: ‘Comprado não é roubado.’

A minha maior decepção continua sendo a dos responsáveis por isso. Que se deixaram vender, que se entregaram, que autorizaram quem quer que seja a fazer essa palhaçada! Vergonha seria a palavra mais adequada no momento. Não vergonha do Clube Atlético Mineiro, mas de quem permitiu uma audácia dessa contra a torcida e contra a história do Clube. Conversa fiada essa de que jogador é profissional. Hoje vestem a camisa do Galo e amanhã a do Cruzeiro. Isso é falta de amor, falta de respeito, destes profissionais que se entregam pela melhor proposta.

Clube Atlético Mineiro. Time que procura vender a si mesmo à imagem de time grande, mas que todo mundo está vendo que a grandeza dele é engrandecer os outros: goleadas, campeonatos medíocres, jogadores sem honra, sem vontade, sem identidade, enfim, sem nada!

Atleticana de corpo e alma, fico sem palavras para descrever como é perder de 6 quando, salvo quase que milagrosamente do rebaixamento e com uma campanha exemplar no segundo turno, joga feito verdadeiras frangas, entregando o jogo com um placar humilhante justamente para o time que se tivesse na situação do Galo, teria ganhado sem dó e sem piedade. Perder como perdemos aquele jogo de ontem, ficará na memória juntamente com outros jogos que atleticano nenhum gosta de recordar… 77, 78, 99.

Ainda assim, prefiro a queda de 2005, que caímos com hombridade, do que sairmos ilesos, caindo de joelhos diante do nosso maior rival, em um jogo que não perderíamos nada e muito menos eles, pois, deixando o clubismo de lado, eles possuem um presidente que, ao contrário do nosso, pensa no Cruzeiro como um investimento e não como um clube de futebol de botão.

Preferiria a queda, a essa humilhação a que fomos submetidos.

Deixo aqui minha revolta e todo meu sentimento. Essa será a última vez na qual irei falar sobre o Galo. Meu último desabafo a respeito desse time medíocre!

Enquanto o Galo não me der UM motivo pra continuar com toda minha paixão, vou deixá-la guardada, a sete chaves, aqui do lado esquerdo onde ninguém possa sentí-la e/ou entendê-la.

E volto a dizer, se eu deixei de amá-lo? NUNCA! Como já diz o hino: Clube Atlético Mineiro – Uma vez até morrer !

COMENTÁRIO:

A dor pela derrota ainda é forte, e é importante este momento de reflexão para repensarmos uma série de coisas a respeito do Galo. A primeira delas é estabelecer uma mentalidade vencedora, de time copeiro, guerreiro e vitorioso. Depois implementar isso na diretoria e no elenco do time.

Que o ano que vem seja muito melhor!
Saudações,

Um comentário:

  1. Uma vergonha o que aconteceu, jogadores sem compromisso e ainda querem bicho por escapar da sérieB.

    ResponderExcluir